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Em Divertida Mente, filme lançado pela Pixar em 2015, conhecemos a história de Riley, uma garota de 11 anos com diversas mudanças bruscas acontecendo em sua vida, momento em que entra em conflito com suas confusões emocionais e se vê diante de dificuldades em se adaptar e comunicar dentro de suas relações. A partir disso, conforme o enredo vai sendo construído, algumas lições passam a ser ensinadas ao telespectador.

A princípio, é possível perceber a necessidade de permitir que os sentimentos considerados ruins sejam apreciados e interpretados. Vale ressaltar isso, pois, ao buscar reprimir estes, uma maior frustração é evidenciada, o que faz com que o reconhecimento da importância das mudanças a direcione a um autoconhecimento de seus padrões de comportamento. Por fim, para que tudo isso seja refletido no cotidiano, a maneira com que se expressa também é relevante, pois ao transparecer a realidade de forma verdadeira e objetiva, as interações externas também se equilibram.

Dito isso, uma grande habilidade a ser estudada é a estruturação do código de comunicação, ou seja, o processo de organização para que determinada mensagem seja comunicada ao outro. Portanto, ao longo deste texto será apresentada uma teoria que há algum tempo vem sendo utilizada para uma maior gestão de inteligência emocional, é a Comunicação Não Agressiva.

1. O que é Comunicação Não Agressiva?

O principal mecanismo que nos norteia em nossas interações é a comunicação. Esta permite que o mundo compartilhe o que acredita, quais são suas ideias, vontades e sensações, questões que irão determinar o comportamento dos indivíduos. É possível que este instrumento seja feito de maneira verbal e/ou não verbal, de modo que irá exteriorizar o ser e manifestar como cada pessoa se sente.

Assim, a Comunicação Não Agressiva, ou Comunicação Não Violenta, também conhecida como CNV, é uma competência que oportuniza a transmissão de nossas vontades e expectativas por meio de um caminho mais pacifico. Com base nisso, esta aptidão busca estabelecer conexões humanizadas ao atestar que todas as necessidades apresentam uma demanda por trás da mensagem, sendo ideal que haja um acolhimento responsável por demonstrar a existência de um espaço receptivo naquele diálogo.

1.1 Surgimento da tese

Idealizada pelo psicólogo estadunidense Marshall Rosenberg e registrada em seu livro “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, esta ideia foi executada na década de 1960. Naquele momento, a segregação racial era intensamente disseminada nos Estados Unidos, mas foi nesta ocasião que algumas instituições educacionais recomendaram que tal realidade fosse transformada. Para tanto, o ideal era encontrar um exercício capaz de propor um comportamento pacifico, de modo a mediar as convivências e promover a integração entre as pessoas.

Logo, o psicólogo acreditava que a implementação da comunicação não agressiva começa pela consciência de que somos naturalmente condolentes e, por isso, processos mais agressivos – sejam físicos ou verbais – são, na verdade, aquisições que acabam por partir do reflexo de cultura dominante.

Para se aprofundar um pouco mais sobre a Comunicação Não-Violenta (CNV), acesse o livro de Marshall Rosenberg.

2. Motivos benéficos para implementar

Com isso, visto que a CNV é responsável por encorajar uma conduta mais compreensiva, torna-se a ferramenta perfeita para consolidar relações sociais. A partir disso, uma vez que os convívios são impulsionados, esta modalidade de comunicação permite analisarmos o contexto pela visão do outro, o que contribui muito em captar que, muitas vezes, o modo como nos portamos pode afetar outros envolvidos e fazer com que suas reações sejam defensivas ao acreditarem que estão sendo acusados de algo.

Isto, pois, muitas das atitudes que são tomadas dentro de um conflito ocorrem com base na sensação sentida naquele momento em específico. É comum que a falta de observação e controle das emoções influencie qualquer reação, que ao relevar a razão acaba por intensificar tudo.

Deste modo, ao ser aplicada no núcleo de um grupo de colegas de trabalho, a Comunicação Não-Violenta coopera para que todos os integrantes percebam aquele conjunto como confortável. Em virtude disso, irão entender que pode se manifestar em relação a suas opiniões, incentivando, também, a desenvoltura e liderança destes funcionários. Logo, mesmo que ocorram divergências dentro daquele espaço, o conjunto saberá como agir até chegar em uma decisão razoável para a prática.

Entenda mais sobre instrumentos necessários para estruturar seu próprio negócio por meio deste artigo da EJUR.

3. Efetivação da Comunicação Não-Agressiva

Então, como implementar a Comunicação Não-Violenta? Conforme apresentado anteriormente, a obra “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, de Marshall Rosenberg, é o guia de estruturação deste instrumento de comunicação. Neste livro o autor elenca 4 pilares para que a CNV seja alcançada.

Inicialmente, é apresentado o Pilar da Consciência, ou da Observação. Neste sentido, o agente da aplicação deve atentar-se às situações que está inserido isento de qualquer julgamento ou avaliação. Com isso, cada indivíduo poderá posteriormente identificar suas forças e fraquezas e necessidades ligadas a cada uma dessas sensações, atingindo, assim, uma busca por autoconhecimento. No entanto, a ausência de avaliação é um fator válido para que esta parte do processo não seja prejudicada ao passar a sensação de que é alguma desconsideração pessoal e direcionada.

Já para o segundo pilar, o dos Sentimentos, deve-se examinar o que foi gerado a partir das observações realizadas, valorizando tais sensações. A observação é importante para agora seja possível analisar quais posicionamentos no contexto agradam e são favoráveis ou, pelo contrário, causam algum sentimento angustiante. Vale ressaltar, todavia, que neste ponto o foco é saber diferenciar justamente o que provocou este sentimento, que irá gerar uma necessidade, e o que é somente uma incitação da pressão do contexto.

Finalmente, o terceiro componente é a Necessidade. Neste princípio a CNV sugere que, após perceber a fonte de seus sentimentos, o agente trabalhe todas as necessidades que foram geradas a partir disso. Para isso, busca-se despir da ideia de que somente a atitude das pessoas determina este fator, pode ser um estímulo sim mas nunca a causa direta. Uma vez que está posta essa questão, as críticas que camuflam as interpretações são deixadas de lado e a clareza permite entender quais interações ali são, de fato, de quem está sentindo. Ao conduzir as sensações a este desenvolvimento, todos os envolvidos irão sentir-se acolhidos para estarem vulneráveis, comunicando ao próximo o que esperam da situação.

Por último, há o Pilar dos Pedidos, em que a pessoa deve procurar ser clara e precisa em suas vontades. É comum que nos diversos contextos existam opiniões distintas, logo, o respeito ao próximo somado à prática das etapas anteriores irá direcionar a expressão da vontade legítima. Desse jeito, é crucial ponderar como o que é dito afetará aqueles que escutam, já que a CNV procura evoluir a implicação dos sentimentos na formação de um diálogo mais cordial. Isto é fundamental para que não haja ambiguidades na compreensão e ocorra a construção de uma solução viável ao todo.

4. Métodos alternativos de gestão de conflitos

Dito isso, uma vez que os sistema de administração de conflitos em diversos países enfrentam crises devido ao modo coercitivo do Estado por intermédio do Poder Judiciário, os modelos de gestão dos conflitos humanos enfrentam alguns desafios atualmente Por isso, a sociedade passou a buscar métodos alternativos que passem a integrar mais a população na resolução de seus casos.

Isto posto, algumas mudanças passaram a ser implementadas no Brasil, como é o caso da conciliação e mediação no âmbito judicial, presentes no Código de Processo Civil de 2015, e a arbitragem, meio alternativo para resolução de conflitos regulamentado pela Lei nº 9307/96.

A mediação é um meio em que uma terceira pessoa facilita o diálogo, sem, contudo, interferir nas decisões. Nesta resolução de conflito, os envolvidos dispõem de um espaço para solucionar questões de maneira produtiva, que encontrar uma solução que seja benéfica a todos, assim como auxiliar na restauração daquela relação. Enquanto isso, na conciliação a pessoa capacitada pode sugerir soluções, mas neste caso não há vínculo entre as partes para ser recuperado. Por fim, a arbitragem, que cuida de conteúdos ligados a direitos de valor econômico e comerciáveis ou transacionados, é um método em que o árbitro irá impor a decisão, que encerra a controvérsia apresentada.

Com esse intuito, para que estas abordagens sejam eficazes, devem aumentar as soft skills – como comunicação e pacificação – dos profissionais envolvidos na esfera jurídica, de modo a garantir os elementos da justiça e seus princípios.

À vista disso, a alteração dos métodos para gerenciar os conflitos é uma grande ação, que requer diferentes comportamentos e procedimentos daqueles que representam os setores para adaptarem-se a novas realidades de convivência e interação. Pensando sempre no funcionamento do judiciário mas, também, na condução do grupo de profissionais que atuam lado a lado 

5. A aplicação no âmbito jurídico

Por conseguinte, diante de tantas possibilidades de conflito e necessidade de adequação, os profissionais têm se desdobrado para conceber a maneira que devem lidar com esta esfera, já que é um desafio conter a insatisfação dos clientes com os retornos e, ainda, cuidar do funcionamento interno de sua equipe.

Sendo assim, este artigo tem como objetivo elucidar quais são as viabilidades para desenvolvimento profissional, estando entre as principais o manejo da comunicação. A partir disso, a Comunicação Não-Violenta representa a evolução da equipe e, principalmente, de cada indivíduo que, sustentando-se na empatia e escuta ativa em diálogos inter e intrapessoal, podem capacitar-se na resolução de atritos.

Nesse caso, gestores de empresas, ONGs, escritórios e todos aqueles que desejam aperfeiçoar seus serviços e desempenho coletivo, devem atentar-se ao potencial desta ideia para favorecer sua atuação. Tendo em mente a vontade e os benefícios de começar a mudança, os pilares da CNV são peça fundamental para guiar o caminho.

Enfim, a Comunicação Não-Violenta é imprescindível e, ainda, contribui para um clima organizacional esperançoso junto ao aprimoramento de soft skills interessantes para conexões profissionais e pessoais. Para isso, a assessoria jurídica apresenta grande relevância, com o intuito de garantir a execução de seu ramo de forma eficiente e desejável,  e também contribuir para a proteção de possíveis prejuízos que venham a surgir, viabilizando uma maior fluidez para a sua empresa por meio de uma adequação devida.

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Tem alguma dúvida acerca da implementação da Comunicação Não-Violenta e demais dicas para consolidar seu empreendimento?

A EJUR está à sua disposição para esclarecer suas dúvidas e te atender!

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